Blog Layout

mar. 11, 2024

SDA NEWS 008 - Entrevista Lucas Oliveira

 UP TO DATE 

  • ALI FARAG e NOUR EL SHERBINI estão imbatíveis, quebrando todos os recordes de melhor início de temporada. Até agora, perderam apenas duas finais em oito torneios.
  • ALI FARAG só foi derrotado por PAUL COLL até o momento. Como não jogou esta semana, para alívio dos rivais no torneio em Calgari (SILVER) no Canadian Open de 78k, o vencedor foi DIEGO ELIAS (Per).

Com a temporada de torneios grandes nos EUA/CANADÁ chegando ao fim, os holofotes do circuito PSA se voltam para a Europa agora.

Começa dia 12 até 17, na Inglaterra, o Optasia Championship 110k(Masc)/57k(Fem). ALI FARAG, PAUL COLL & Cia pelo lado masculino, e da parte feminina teremos como cabeça #1 NELE GILIS (Bel), e algumas top 20 com muita chance de conquistar um torneio importante para a carreira. Gosto de acompanhar ASIA HARRIS (19a), que vi jogando muitos US OPEN JUVENIL e tem uma potência na batida que supera muitos homens.

Será que GAWAD conseguirá manter o título de 2023? No ano passado, vimos ele conquistar esse torneio depois de um longo tempo de recuperação, ficando vários meses em cadeira de rodas por conta de uma lesão.

ENQUANTO ISSO

Essa semana temos em SP o início do circuito Paulista, já começando com um recorde de 180 inscritos na Etapa da Squash Wall. Todos querem conhecer as 5 quadras da maior academia Paulista.

E no RJ, o circuito Juvenil inicia no Paissandu o caminho para o SULAMERICANO/25. Lembrando que ao final do ano, os líderes do ranking nacional têm vaga garantida na delegação brasileira. Estamos de olho no futuro do Squash Brasileiro.

FALA SÉRIO

Você já conversou com o ZECA?

Sabe quando falam para você que quando for ao Rio de Janeiro, você tem que ir no Cristo Redentor? Pois é, se você joga Squash, tem que conversar com o ZECA.

Sem papas na língua, filtros e de coração aberto, que só quem entende e tem a liberdade dos mais de 60 anos pode falar. Histórias do arco da velha, da primeira quadra de Squash à fundação da FPS, de viagens internacionais e conversas com lendas do esporte até os dias atuais, segue aprendendo e distribuindo conhecimento para quem quiser ouvir e aprender.

São aulas de vida e Squash que tive o prazer de acompanhar ao longo de vários anos de convívio. Segue impávido treinador na Squash Wall, que acaba de inaugurar mais 2 quadras novas, sendo hoje a maior academia de SP com um total de 5 quadras. Coloque na sua agenda visitar esse local.

E segue também como inspirador amigo.

BRASILEIROS PELO MUNDO

Tenho algumas histórias do LUCAS OLIVEIRA, uma delas é uma sequência de jogos contra o YURI POLLAK num brasileiro que ficou marcado por ser infinitas; devem estar jogando até hoje. Vamos saber dele na entrevista abaixo suas experiências e percepções sobre a vida no Squash.

Você está no último ano da faculdade, como foi essa experiência?

Foi uma experiência incrível em todos os aspectos. Do ponto de vista do squash, foi um crescimento inimaginável, com uma rotina de treino muito pesada e especializada para o esporte. Do ponto de vista pessoal, mudou minha vida por completo, porque estar longe da família e em um país diferente significa um amadurecimento enorme, nos faz virar de fato adultos. Do ponto de vista profissional foi um divisor de águas, porque estudar e estagiar em outro país nos dá a opção de criar uma vida aqui, basta ser contratado no final do curso ou depois de formar.

Nos EUA, os torneios por equipe/times são mais relevantes que o individual? Qual é o grande benefício desse formato?

Sim, aqui, o squash é um esporte de equipes em que os 9 melhores do time jogam, e pelo menos 5 precisam ganhar. Mesmo que os confrontos sejam de equipe, o esporte ainda é individual, então é como se cada um tivesse que fazer a sua parte sozinho para que o coletivo vença. O grande benefício é a sensação de time e de família, mais ou menos nos campeonatos internacionais nós temos o time do Brasil. Digo mais ou menos porque aqui a gente se vê todo santo dia e passa MUITO tempo junto. Todo mundo mora na faculdade e divide quarto, eu, por exemplo, moro com um malaio e um americano do time, treina, faz refeições, sai para festas, joga boliche, joga bola, assiste filme, cozinha, e quando não tem nada para fazer, a gente se reúne e joga conversa fora. Claro que não é assim com todas as pessoas do time, mas sempre tem aqueles 5 ou 6 que são mais próximos e vão ser amigos para a vida toda.

Qual é sua posição na Equipe? E como foi sua evolução na equipe?

Essa temporada eu joguei majoritariamente de quarto. Minha primeira temporada, 2021-2022, eu joguei de 6 e nosso time ganhou o "most improved team award", saindo de 26 e terminando em 14 no ranking nacional. Na minha segunda temporada, 2022-2023, joguei de 5 e foi a que eu mais evolui como jogador, porque nós recebemos 5 novos recrutas que subiram muito o nível do time, mas mesmo sob muita pressão, eu consegui me manter no meio do ranking. Começamos a temporada em 14 e terminamos em 13 no ranking nacional. Essa temporada 2023-2024, que encerrou há duas semanas, a gente esteve sem um técnico, nosso coach largou e foi para Columbia duas semanas antes das aulas voltarem, o que fez essa temporada ser bem caótica para o time. Eu e mais 3 amigos mantivemos a rotina de treino pesada, mas outras pessoas não se dedicaram tanto, e o resultado apareceu na quadra. Também demos azar de ter duas vitórias anuladas por conta de um erro na nossa lineup, o que custou várias posições no ranking nacional. Saímos de 13 e terminamos em 19, pior resultado para o time desde que cheguei aqui, mas compreensível por conta da situação atípica.

O nível do Squash tem aumentado ano a ano nos EUA, como é sua rotina de treinamento?

A rotina de treino aqui é parecida com a de um jogador profissional no Brasil. Eu faço duas ou três sessões por dia, dependendo de quanto tempo livre me resta por conta das aulas e do estágio. Sempre faço um treino físico de manhã e um treino de quadra à tarde, e quando sobra tempo, faço um solo também. Os treinos físicos variam entre academia, que são sempre supersets com o máximo de peso possível, ou movimentação, que leva normalmente uns 45 minutos a uma hora de intervalos de 1 minuto on e 30 segundos off, seguindo padrões específicos que são importantes durante os jogos. Os treinos de quadra são basicamente jogos condicionados progressivos, como primeiro só fundo, depois fundo com voleio livre, depois quadra toda, ou então alguns jogos condicionados específicos, como só diagonais, só corredores, fundo com opção apenas do boast, entre outros. Por último, o solo, quando sobra tempo, faço normalmente 1 hora, variando entre paralelas, curtas, voleios para frente e para o fundo, nicks e kills.

Quais são seus planos após a faculdade? Volta para o Brasil? Tentará jogar PSA? Como você vê o circuito profissional?

Depois de formar, quero fazer mestrado em gestão de sistemas de informação em outra faculdade, Carnegie Mellon, na qual já terminei de me inscrever e vou ter um retorno no meio de março. Depois do mestrado, quero seguir carreira na área da computação nos Estados Unidos, se tudo der certo no Citi bank, onde vou começar a estagiar nesse verão. Mas ao mesmo tempo, pretendo visitar o Brasil várias vezes por ano, tipo 4 ou 5, porque tenho muita saudade das pessoas e da vida de lá, mas durante os estudos não posso simplesmente largar e ir assim. Pretendo jogar alguns torneios PSA pela experiência, inclusive tenho alguns amigos e colegas de time que já jogam, então pretendo ir com eles algumas vezes, mas não quero seguir carreira profissional de squash. Em comparação com o circuito profissional, nosso antigo número 1 também jogava alguns torneios PSA e chegou ao ranking 155 do mundo, mas formou depois da última temporada 2022-2023. Acredito que se nosso top 4 jogasse torneios PSA com alguma frequência, conseguiríamos chegar entre o top 150 e 200. Porém, por lei, não podemos receber nenhum tipo de prêmio por estar cursando faculdade, então seria apenas pela experiência. Jogadores do topo das lineups das melhores escolas normalmente formam e saem direto para o profissional, como Victor Croin e Youseff Ibrahim fizeram depois de jogar uma final no torneio individual da college squash, no qual Croin ganhou 3x2. Esses jogadores do topo costumam chegar no top 20 com certa facilidade, como os dois citados e também mais um chamado Aly Abou Eleneiem. Outros números 1 de escolas entre o top 3 e o top 10 também costumam seguir carreira profissional, já começando antes mesmo de graduar, como Aly Hussein (ex número 1 de Virginia), Matias Knudsen (ex número 1 de Drexel), Veer Chotrani (atual número 1 de cornel), entre outros (não sei as posições exatas, mas estão todos no top 100 com certeza e alguns devem estar no top 50).

SAIDEIRA

Alguns jogadores são especiais e adoro acompanhar as carreiras, muito porque os vi jogando durante a fase juvenil e ganharam títulos e me ensinaram nesse caminho.

Um dia conto sobre o DAVID COSTALES (Ecu) que foi o primeiro deles. Por agora, irei falar do torneio que ocorreu em Cleveland/EUA, valendo 51k (M) / 75(F)(BRONZE), semana passada, com 2 desses especiais JEREMIAS AZANA (Arg) e MATIAS KNUDSEN (Col), este parágrafo foi de respeito com 3 campeões Sulamericanos SUB19.

E se somarmos o GOBBI que jogou o 15k de Winnipeg (Can) com o DIEGO ELIAS no Canadian Open, tivemos 4 campeões Sulamericanos em ação na América do Norte.

Repararam que rolou 3 torneios tops no Canadá e EUA nessa semana?

Além desses, teve outro 15k no Canadá onde a BRUNA MARCHESI jogou.

Mauricio Penteado

Fundador do SDA e criador da Escola do Squash

Ajuda nossa comunidade!

Queremos criar um espaço onde possamos compartilhar experiências, dicas e informações úteis para todos os interessados no squash juvenil. Por isso, convidamos você a enviar seu material, histórias e curiosidades. Juntos, podemos construir um espaço rico em informação e inspiração para todos os nossos leitores.

Por Mauricio Penteado 25 abr., 2024
Entrevista com RAFAEL ALARCON, atleta profissional que atingiu o posto de #36 no ranking mundial da PSA conquistando 20 títulos no circuito, nos conta um pouco da sua visão do Squash.
Por Mauricio Penteado 22 abr., 2024
UP TO DATE As seletivas continentais para o Campeonato Mundial terminaram ontem, dia 21/04.
Por Mauricio Penteado 17 abr., 2024
Entrevista com YURI FRANCA, mineiro e bom de conversa, nos ensina sobre o processo seletivo para estudar em uma faculdade dos EUA. No Brasil, Yuri sempre esteve envolvido com o esporte desde criança e foi treinador de grandes juvenis, como Lucas Oliveira, Pedro Facury, Samuel e Davi Miranda.
Mais Posts
Share by: