Blog Layout

mar. 18, 2024

SDA NEWS 009 - Entrevista Leo Arozena

Entrevista com LEO AROZENA nossa referência na arbitragem mundial. Nascido na Argentina com a familia ainda por lá e um grande Brasileiro que se tornou uma referencia em arbitragem no mundo. Ministrou um curso fantástico de arbitragem em Sao Paulo e sorte de quem aproveitou a oportunidade, para quem não pode participar segue uma entrevista bem bacana com ele. 

 UP TO DATE 

#1. No Optasia, mais uma final entre Ali Farag e Paul Coll, e numa virada incrível, perdendo de 0x2, parece que Paul Coll descobriu como parar o quase imbatível Farag.

#2. Na Squash Wall, foi o início do trabalho de uma comissão de arbitragem mais estruturada e uma evolução de forma geral. Erros acontecem e é sempre fácil culpar o árbitro; porém, ficou claro que os jogadores não conhecem as regras. Jogar em clubes com parceiros e amigos não significa que sabem como as coisas funcionam quando há um árbitro. Muitos pontos são polêmicos, e digo que a educação e o respeito devem vir em primeiro lugar.

Dois conselhos:

  • Assistam a jogos de juvenis para aprenderem fair play e como ter respeito pelos juízes, adversários e admitir bolas a favor do adversário.
  • Façam o curso de arbitragem, estudem as regras e joguem melhor.

O squash, como qualquer outro esporte, é para ser entretenimento e de bons momentos.

Tudo que disse vale para a torcida também.

#3. No Juvenil Brasileiro do Rio de Janeiro, percebemos que a categoria Sub-17 masculina será a mais disputada este ano. Se temos 4 vagas possíveis no Sul-Americano, temos 10 atletas com chances reais e jogando no mesmo nível. Será muito disputado e valerá a pena acompanhar de perto essa categoria. No Rio, o campeão foi Matheus Frabetti.

ENQUANTO ISSO 

Lembram quando falei sobre os Jogos Pan-Americanos, que ainda estava indefinido onde seria realizado em 2027? Essa semana, bateram o martelo, e serão em Lima, no Peru. Vamos torcer pela classificação da nossa seleção no Campeonato Pan-Americano de 2026. Até lá, tem um tempo que passa muito rápido se não ficarmos atentos. Quem vocês acham que farão parte dessa seleção? Deixem nos comentários suas apostas.

FALA SÉRIO

São raros os esportes em que o árbitro tem uma vida tranquila. Em esportes subjetivos ou interpretativos, como o surf, a ginástica e alguns outros como o squash, é um pouco mais complicado.

Decidir em jogadas de frações de segundo o julgamento correto requer conhecimento das regras, treinamento e prática de arbitragem.

Todos gostam de reclamar, porém é preciso ter coragem para sentar na cadeira e assumir a responsabilidade.

Essa semana, tivemos em São Paulo um número expressivo de inscritos no Curso Nível 1, onde o Léo Arozena conseguiu fazer o difícil parecer simples.

Aconselho a todos fazerem o curso e conhecerem mais. Quem sabe assim param de reclamar que o juiz não sabe nada e começam a jogar melhor.

Como informação, no torneio Canadian Junior Open, os jogadores canadenses que entram na chave só podem jogar se tiverem o diploma do curso de arbitragem. Quem dera seguíssemos isso por aqui.

Vamos conhecer agora um pouco mais da história do Léo Arozena.

Quando e como você começou a se envolver com o universo da arbitragem?

No final de 2017, a última etapa do Circuito Brasileiro Juvenil foi jogada no meu clube aqui em São Paulo, o SPAC. Eu era o então Capitão do Squash do clube pelo que a responsabilidade da organização da etapa recaiu nos meus ombros. Naquela época eu estava bastante envolvido com o circuito juvenil tanto brasileiro como paulista. 

O então Presidente da CBS, Carlos Paiva, e o Diretor Executivo, Walter Meyer Karl, o Waltinho, o atual presidente da Federação Paulista, numa das reuniões que acostumávamos fazer durante a realização das etapas, me convidaram para acompanhar a Seleção Brasileira Juvenil ao Campeonato Sul-Americano Juvenil que se disputaria em Lima em fevereiro de 2018. Naquela época, todos os países participantes tinham que levar o seu próprio árbitro junto com a delegação de atletas, técnicos e delegado. E essa era a minha responsabilidade: árbitro do Brasil.

Foi uma experiência fantástica para mim, pois nunca tinha participado de uma competição internacional. Embora até então eu não tivesse a formação oficial de árbitro, acho que não mandei muito mal... rsrsrs

No final de 2018, viajei pra Buenos Aires pra participar do meu primeiro curso de arbitragem. A partir daí, não parei mais de me interessar pela arbitragem, de continuar a minha formação, de tentar participar na maior quantidade de eventos possível.

Você acabou de dar o curso de arbitragem nível 1 em São Paulo, existem outros níveis? Como são?

Existem do nível 0 até o nível 5.

A federação nacional de cada país, no nosso caso a CBS (Confederação Brasileira de Squash), é responsável pela formação do seu corpo arbitral desde o nível 0 até o 3 inclusive. Já a WSO (World Squash Officiating) é a responsável pelos níveis 4 e 5.

A diferença de cada nível é a exigência no conhecimento, interpretação e aplicação das regras, que cada vez precisa ser mais e mais profundo e assertivo A formação do critério para a tomada das decisões vai se tornando cada vez mais regular e adequado às regras. Os árbitros de maior nível conseguem administrar melhor a pressão de um jogo complicado o que garante boas decisões.

Sem minimizar a importância de todos os requisitos, incluído o do conhecimento teórico, para poder escalar no nível arbitral você precisa é “treinar” (arbitrar) muitooooosssss jogos, de todas as categorias. Sempre digo: a minha melhor escola foi e continua sendo o Campeonato Sul-Americano Juvenil onde precisa arbitrar muitos jogos e onde surgem muitas situações diferentes que você precisa decidir ou solucionar naquele momento quando você está ocupando o hot seat (esse é o nome com o qual se conhecesse à cadeira do árbitro).

Pela quantidade de pessoas que fizeram esse curso, dá para perceber que muita gente gostaria de ser árbitros, como as pessoas podem participar nos campeonatos?

Ficamos, tanto a Federação Paulista como eu, muito satisfeitos com a aderência que teve o curso e com o feedback que nos passaram a respeito de toda a organização, conteúdo etc. Gostaria em nome da FPS e no meu pessoal de aproveitar a oportunidade e agradecer publicamente ao Clube Atlético Ypiranga e a você também, por sempre estarem dispostos e de portas abertas na organização de eventos como este que têm somente um objetivo: ajudar a melhorar o nosso esporte.

Para 2024, o Vinícius Berbel e o Diego Benito estão ajudando na coordenação desse novo corpo de arbitragem da FPS. Para cada campeonato/etapa da FPS, os árbitros poderão manifestar o seu interesse em participar arbitrando em um ou mais dias/jornadas. Essa chamada já está sendo feito através do mesmo grupo de WhatsApp que foi criado por ocasião do curso através do preenchimento de um Forms.

Gostaria de destacar que, além das polos dry fit que serão entregues aos árbitros gratuitamente como parte do seu uniforme, a FPS é convicta de que a arbitragem é uma atividade profissional e que, portanto, merece e precisa ser reconhecida. Por conta disso, foram estipulados valores que os árbitros receberão dependendo do dia/jornada que apitarão nos torneios assim como também foram definidos os valores com que a FPS apoiará a arbitragem nos diferentes tipos de eventos (etapa platinum, gold etc.)

Um dos maiores problemas que vejo nas arbitragens é a forma que os jogadores falam com desrespeito ao juiz. Existe uma mudança em relação a isso? Outros esportes como judô e rugby não existem questionamentos por parte dos atletas.

O teu olhar está certíssimo. Muitas vezes os jogadores tratam os árbitros como se eles não fossem pessoas. Triste termos chegado nesse ponto...

Mas, nem tudo está perdido. A temporada 2023/2024, cujo primeiro campeonato foi em agosto/23 com o Paris Squash Open, evento platinum PSA, começou com a publicação a Primeira Directiva da WSO. Nela se tratam diversos assuntos e um deles é justamente o do comportamento dos jogadores, da sua forma inapropriada de reclamar etc. Quem tem assistido os jogos do World Tour desde então, deve ter percebido como os árbitros estão cada vez mais e mais “cortantes” com as reclamações dos jogadores. E mais ainda, uma Segunda Diretiva da WSO foi publicada dias antes do começo do Windy City Open, em Chicago, que se jogou faz algumas poucas semanas. Nessa diretiva, de novo, uma chamada de atenção para o comportamento inapropriado dos jogadores. A ordem é aplicar o Código de Conduta advertindo ou até aplicando Conduct Stroke, que significa somar um ponto para o oponente, ante o melhor desvio no comportamento e na forma de se dirigir ao árbitro.

Pena sermos “filhos do rigor” e só respondermos quando nos castigam, né? Quem sabe a gente consiga mudar essa chave rapidamente com outra motivação como a do respeito pelo outrem, a de aceitar que o outro também erra...

A OLIMPÍADA é daqui a 4 anos, teremos um árbitro brasileiro lá?

Deus te ouçaaaaa...!!! Vou ser egoísta agora: eu adoraria estar lááááá...!!! Mas, se não for eu, que seja qualquer outro brasileiro que esteja a contento. Ou mais ainda, qualquer outro Sul-Americano...!!! Muito importante a nossa presença por lá fazendo história. Arrepia só de pensar. Que marco para o nosso esporte...!!!

BRASILEIROS PELO MUNDO

#1. O Gobbi volta para a Espanha após os 2 torneios no Canadá, onde teve um ótimo início de temporada, chegando na final de um 9k pela primeira vez.

#2. A CBS (Confederação Brasileira de Squash) divulgou a convocação para a seletiva da Seleção Brasileira para representar o Brasil no Campeonato Pan-Americano (Lima/Peru) e Sul-Americano (Santiago/Chile) Profissional que será disputada na RGSA entre os dias 26/03 a 09/04. Boa sorte aos nossos atletas que disputam as 2 vagas restantes para se juntarem ao Gobbi e ao Mometto, já convocados.

SAIDEIRA

Hoje, dia 18, é aniversário do Murilo Penteado (meu filho), que aos 19 anos deixa a categoria juvenil e passa para a próxima e desafiadora etapa da transição para o profissional. Ele, que foi uma grande expressão nos últimos anos no circuito juvenil nacional e internacional, deixa um lindo legado.

Dentre eles, é o próprio Squash do Amanhã (SDA), que foi pensado e inspirado nele, o primeiro site que ele desenvolveu e criou. Muitos se beneficiaram desse projeto e ainda se beneficiarão. O SDA foi principalmente pensado para ser um ambiente familiar onde pudessem criar amizades e histórias para serem contadas por toda a vida.

Parabéns, Mu!

Mauricio Penteado

Fundador do SDA e criador da Escola do Squash

Ajuda nossa comunidade!

Queremos criar um espaço onde possamos compartilhar experiências, dicas e informações úteis para todos os interessados no squash juvenil. Por isso, convidamos você a enviar seu material, histórias e curiosidades. Juntos, podemos construir um espaço rico em informação e inspiração para todos os nossos leitores.

Por Mauricio Penteado 25 abr., 2024
Entrevista com RAFAEL ALARCON, atleta profissional que atingiu o posto de #36 no ranking mundial da PSA conquistando 20 títulos no circuito, nos conta um pouco da sua visão do Squash.
Por Mauricio Penteado 22 abr., 2024
UP TO DATE As seletivas continentais para o Campeonato Mundial terminaram ontem, dia 21/04.
Por Mauricio Penteado 17 abr., 2024
Entrevista com YURI FRANCA, mineiro e bom de conversa, nos ensina sobre o processo seletivo para estudar em uma faculdade dos EUA. No Brasil, Yuri sempre esteve envolvido com o esporte desde criança e foi treinador de grandes juvenis, como Lucas Oliveira, Pedro Facury, Samuel e Davi Miranda.
Mais Posts
Share by: