SDA ENTREVISTA - Carlos Paiva
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Introdução
Entrevista com CARLOS PAIVA
Uma das pessoas que mais conhece e apaixonado por Squash que conheço, já foi presidente da CBS, da SULAMERICANA, criou projetos e me ensinou muito nos anos que trabalharmos juntos.
Seu filho mais novo o CAIO, foi sempre um grande adversário do Murilo, até se mudar para os EUA e completar os estudos.
Tenho certeza que irão adorar essa conversa
Como o Squash entrou na sua vida e de sua família?
Eu trabalhava na IBM e meus amigos me convidaram para conhecer o squash. Eram todos pangarés e eu resolvi ter algumas aulas para subir meu nível. Fui ao FRISONI SQUASH CENTER, na época a referencia no Squash, e tive aulas com Toni e depois com Ricardo Ferreira, o Perna. Amei o esporte e comecei a ir mais a fundo, frequentando torneios e conhecendo outras academias. Mostrei o Squash para meus dois filhos que moravam em Campinas e eles começaram a jogar no Squash Cambui, a 1 quadra de casa. Depois de alguns meses o Renato, com 12 anos, se destacou e começou a jogar e ganhar torneios. Trouxe ele para morar comigo em São Paulo e treinar diariamente com o Kiko Frisoni. Aos 14, Renato foi morar e estudar na Inglaterra, jogando Squash e participando dos torneios juvenis por lá. Camila começou aos 14 anos e fez 2 anos de High School nos USA, jogando Squash pela escola. Caio começou aos 5 anos, fez High School em The Lawrenceville School, NJ escola top 8 dentre as 96 que praticam Squash, e vai cursar o Hobart College, em Geneva NY, jogando Squash. Meu mais velho, Carlos, foi para a área cultural e hoje está no Ministério da Cultura, em Brasília.
Conhecendo toda sua trajetória no Squash e toda sua contribuição, quais foram as mensagens mais importantes que você extraiu?
O Squash, apesar de ser um esporte individual, o seu crescimento depende muito da colaboração e do esforço de muitos. Várias vezes vi o ego das pessoas ser superior ao esporte, o meu também, mas a humildade e o trabalho em equipe é que está fazendo o Squash crescer e mudar de patamar, agora é um esporte olímpico.
A importância da formação de talentos no esporte, os jovens atletas, os treinadores, os árbitros e os administradores, todos necessitam de capacitação. Temos que investir na capacitação.
E seguir o exemplo e modelo operacional dos países onde o Squash é um sucesso. Olhar para o Squash de maneira profissional, buscando atrair talentos e investimento. Ter muito cuidado ao transmitir e divulgar o Squash balizando com outros esportes de raquete que estão em franco desenvolvimento, como o Tenis de Mesa.
Seus filhos moram e vivem de Squash nos EUA. O Caio entrando agora numa Universidade e o Renato a muitos anos cuidando de uma fundação. O que aconselharia para pais e filhos que desejam praticar o Squash no exterior?
Praticar e aproveitar o que o Squash no exterior nos traz é uma consequência de um modelo educacional que damos aos nossos filhos. Aprender o inglês é fundamental. A vida acadêmica antes de partir para o exterior também tem que ser muito bem cuidada. Nos USA, a nota de corte é superior à do Brasil. Todos os bons alunos tiram no mínimo 09, em todas as matérias. E são estes que vão ter sucesso. Claro que o talento no Squash conta muito, mas é o equilíbrio destes fatores o que determina o sucesso. E tem o custo. Tanto um bom High School como as Universidades com Squash custam entre 80 e 90 mil dólares ano, muito diferente da realidade no Brasil. Mas existe o Financial Aid, que não é Bolsa de Estudos, é um valor dado pelas escolas / universidades, baseado no seu rendimento anual e patrimônio. Busquem uma assessoria na área, vai ajudar muito.
Quais foram os maiores desafios enquanto foi presidente e gestor da CBS?
Os maiores desafios foram a obtenção de recursos financeiros, a profissionalização do esporte e uma equipe de trabalho disposta a fazer nosso projeto acontecer. Uma entidade que depende das anualidades das Federações Estaduais e dos Torneios Nacionais para ter alguma verba tem um enorme desafio para implantar seus projetos. Decidimos que teríamos 2 pilares, o Profissional e o Juvenil, e manteríamos os torneis amadores Brasileiro e Copa do Brasil. O NSB foi o responsável pelo Profissional e o Juvenil foi muito baseado em São Paulo, diminuindo o custo dos deslocamentos. Tivemos uma equipe excepcional, Walter Karl, Alexandre Bulyk, Adriano Toledo, Glaucio Novak, Leo Arozena e Mauricio Penteado. Sou muito grato a todos. Com o patrocínio dos CORREIOS tivemos a verba necessária para ampliar a divulgação do Squash e fazer do NSB um exemplo na administração do Squash Profissional. Tivemos verba para desenvolver um projeto Social em Brasilia e começamos a formação de árbitros com a Comissão Nacional de Arbitragem. Mas este patrocínio durou 12 meses e a falta de continuidade prejudicou a sequência dos projetos. Voltamos ao patamar anterior, que com certeza será mudado com a CBS tornando-se filiada ao COB como esporte olímpico.
Como você compararia o passado e presente do Squash no Brasil e no mundo?
O Squash sempre foi um esporte que dependeu das pessoas que praticavam, que também organizavam e que também dirigiam. Sempre tivemos talentos e sempre fomos um esporte que atraia um grupo restrito de pessoas. Com o crescimento das mídias sociais começa a profissionalização do esporte e o aumento da visibilidade, atraindo os investimentos necessários para o crescimento do esporte. O Squash como esporte olímpico vai aumentar a visibilidade e trazer benefícios adicionais. Com a inclusão social vamos passar de um esporte de nicho para um esporte mais abrangente e globalizado.
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